sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O Chamado




" Este anel!...(...)como veio parar em minhas mãos?"

Frodo para Galfard - Livro I Cap II


Poucos sabem, mas a história de "O Senhor dos Anéis" retrata de maneira lúdica várias realidades cristãs.

Porém, vou e apegar ao início da história e a um personagem chamado Frodo. E, é claro, usarei duas fontes: a bíblia - manual do fabricante - e o livro "Encontrando Deus em O Senhor dos Anéis".


Frodo era um anãozinho caseiro, humilde, ora medroso. Algumas vezes até sonhou em viajar e aventurar-se, assim como seu Tio Bilbo. Porém, nunca pensou que em sair pelo mundo em aventuras arriscadas, levando a responsabilidade do mundo no bolso de um colete - simbolizado pelo Anel. Nunca havia sonhado com a hipótese de assumir o controle de sua própria vida e sair por aí fugindo de um perigo após outro.

Perguntava-se "porque eu?!". E, em uma das vezes que se fez essa pergunta, ele recebeu uma resposta mais insatisfatória do inescrutável mago Ganfald: Pode ter certeza de que não foi por méritos que outros não tenham.


E agora, te faço a pergunta que Ganfald fez para Frodo: "Bem, em que você está pensando? Já decidiu o que fazer?"
Toda aventura tem um começo, que nem sempre é agrável. Poderia ser mais na natureza de uma consciência súbita de uma situação desagradável. Uma picada, um ferrão, um empurrão. A coisa que você menos espera vai acontecer. Você ouvirá as palavras que nunca quis ouvir. E isso ocorre, muitas vezes, com aqueles que se encontram na aventura de seguir a Jesus.
Nos evangelhos encontramos uma passagem bem conhecida:
"E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado de Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque era pescadores; e disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles, deixando logo as redes, seguiram-no." (Mt 4.18-20)
Ops! Pescadores de homens???
Acredito que eles não esperavam ouvir aquelas palavras quando se levantaram da cama naquela manhã. O que significava aquilo? Estava claro que aquela tarefa fugia à sua linha de trabalho.
Agora esse outro versículo aqui:
"E, passando, viu Levi, Filho de Alfeu, sentado na alfandega, e disse-lhe: Segue-me. E, levantando-se, o seguiu." (Mc 2.14)
Era um aconteceu imprevisível, inesperado. Imagine o que passou na mente de Levi quando convenceu-se daquelas maravilhosas palavras: "Será que ele está falando com alguma outra pessoa por aqui?!"
"E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em sua casa." (Lc 19.5)
Imagine um dedo estilo "Tio Sam" apontado para sua direção, que diz EU QUERO VOCÊ. Acho que, no lugar de Zaqueu, eu caíria da arvoré.
Esses são apenas alguns exemplos. Pescadores simples como embaixadores do Rei do Universo? Coletor de impostos repugnante que enfiava a faca nas pessoas como apóstolo do evangelhp da justiça? Um cético como arauto da verdade? Que coisa doida...
Porque eles? Alguém se pergunta se esses improváveis candidatos à glória pensaram nas palavras de Moíses, Gideão e Jeremias quando se colocaram em pé para confrontar o Cristo que Ajuda a Todos:
"Ah, Senhor! Envia por mão daquele a quem tu hás de enviar". (Ex 4.13)
"Ai, Senhor meu, com que livarei Israel? Eis que o meu milheiro é o mais pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai". (Jz 6.'15)
Ah Senhor Jeová! Eis que não sei falar; porque sou criança" (Jr 1.6)
Em todos os casos houve uma relutância, resistência, objeção. Em todos os casos, o escolhido fez uma tentativa ousada para escapar à tarefa. No entanto, em todos os casos, a última resposta foi unânime: "Eles, deixando logo as redes, seguiram-no". "E levantando-se (Levi), o seguiu".
Temos uma infinidade de livros que falam do irresistível poder, da inescapável atração, da personalidade cativante e instigante daquele que fez o chamado à aventura: "Venham após mim!".
E o mesmo acontecia com Frodo. à medida que sentia o peso do Anel na palma de sua pequena mão, enquanto tremia por dentro, fitando as brasas reluzentes e imaginando as chamas lendárias de Orodruim, ocorreu-lhe que , a despeito de todos os perigos, a despeito de todo o medo, a despeito de todo o trabalho e dor imaginável que tal aventura pudesse envolver, simplesmente não havia escolha.
E embora se sentisse " muito pequeno, e desarraigado, e...desesperado", ele sabia que tinha que ir.
E você? Já decidiu o que fazer?
Para refletir
O chamado a seguir Cristo é um chamado à aventura - inoportuno, urgente e irresistível.
Kurt Brunel & Jim Ware, autores do livro "Encontrando Deus em O Senhor dos Anéis".

Um comentário:

André disse...

Puxa vida!
E não é que é tudo isso mesmo?
Realmente, conhecer a Deus é a maior aventura que uma pessoa pode ter na vida!
Mesmo relutantes, imperfeitos e pirracentos (às vezes :)), Ele nos ajuda na caminhada, investe em nós, não desiste de nós e nos sustenta!

Não é maravilhoso?

Valeu Fabricia!

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