terça-feira, 29 de setembro de 2009

Quatro histórias judaicas

O que me faz sofrer

O rabino Moshe de Sassov reuniu os seus discípulos, para dizer que finalmente havia aprendido como amar seu próximo. Todos pensaram que o santo homem tivera uma revelação divina, mas Moshe negou.
- Na verdade - comentou ele - hoje de manhã eu saía de casa para algumas compras, quando vi minha vizinha, Esther, conversando com seu filho. Ela lhe perguntou:
"Você me ama?"
O filho disse que sim. Então Esther insistiu:
"Você sabe o que me faz sofrer?"
"Não tenho a menor idéia" respondeu o filho.
" Como pode me amar, se não sabe o que me faz sofrer? Procure descobrir rápido todas as coisas que me deixam infeliz, pois só assim seu amor será impecável."
E o rabino Moshe de Sassov concluiu:
- O verdadeiro amor é aquele que consegue evitar sofrimentos desnecessários.

O que alegra a Deus

No dia da Alegria da Torah, os alunos de Ball-Shem festejavam, bebendo o vinho do mestre. A mulher do rabino reclamou:
"Se tomarem o vinho, não restará nada para a santificação", disse ela.
"Acabe com a festa", respondeu o rabino.
A mulher foi ate a sala onde os alunos bebiam. Mas assim que abriu a porta, mudou de idéia e voltou ao marido.
"Por que não fizeste nada?", perguntou Baal-Shem.
"Porque dançavam, cantavam, e se alegravam com a vida", respondeu a mulher. "Não tive coragem".
"Você entendeu tudo: é desta maneira que Deus recebe a gratidão do seu povo - vendo que estão contentes. Vá até lá e sirva mais vinho aos meus discípulos", concluiu o rabino.

O lábio selado

O discípulo do rabino Nachman de Bratzlava procurou-o:
"Não consigo conversar com Deus".
"Ïsto acontece com frequência", comentou Nachman. "Sentimos que a boca está selada, ou que as palavras não aparecem. No entanto, o simples fato de fazer um esforço para superar situação, já é uma atitude benéfica".
"Mas não é o suficiente", insistiu o discípulo.
"Tem razão. Nestas horas, o que se deve fazer é virar-se para o alto e dizer: Meu Deus, estou tão longe de Ti que não consigo nem acreditar na minha voz".
"Porque, na verdade, Deus escuta e responde sempre. Somos nós que não conseguimos falar, com medo que Ele não preste atenção".

A prece dos rebanhos


A tradição judaica conta a história de um pastor que sempre dizia ao Senhor:" Mestre do Universo, se tiveres um rebanho, eu o guardarei de graça, pois Te amo".
Certo dia, um sábio ouviu a estranha prece. Preocupado com uma ofensa a Deus, ensinou ao pastor as rezas que conhecia. Mas, assim que se separaram, o pastor esqueceu as orações; entretanto, com medo de ofender a Deus pedindo para guardar rebanhos, resolveu abandonar por completo qualquer conversa com Ele.
Naquela mesma noite o sábio teve um sonho:" Quem guardará os rebanhos do Senhor?", dizia um anjo. "O pastor rezava com seu coração, e você ensinou-o a rezar com a boca".
No dia seguinte o sábio voltou ao campo, pediu perdão ao pastor, e incluiu a Prece do Rebanho em seu livro de salmos.

Uma oração para D'us - conto judaico

Um chassid certa vez precisou passar Yom Kipur em S. Petersburgo, porque tinha um assunto urgente a respeito da população local que precisava resolver no dia seguinte a Yom Kipur.

Na noite solene em que inicia-se Yom Kipur e a prece de Col Nidrê é recitada, dirigiu-se à única sinagoga onde era possível ir à pé. Esta era exclusivamente composta de cantonistas - homens que haviam sido raptados pelas tropas do Czar para servirem no exército russo por um período de vinte e cinco anos. Apenas judeus que serviam o exército russo tinham permissão de viver na capital. Naturalmente, estes homens pouco sabiam, tendo passado a maior parte de suas vidas em áreas remotas do Império Russo.

Ao se aproximarem da prece de Col Nidrê, um velho cantonista levantou-se para falar aos homens presentes, do seguinte modo:

"Meus irmãos, todos sabemos que nesta época, os judeus voltam-se para D'us e Lhe pedem três coisas: filhos, vida e sustento. Pelo que rezaremos? Deveremos rezar por filhos? Claro que não - não podemos casar porque estamos no exército. Rezar pela vida? De que vale nossa vida?
Deveremos rezar pelo nosso sustento? Temos nossa comida fornecida pelo Czar. Dessa maneira, queridos irmãos, nada há pelo que devamos rezar e pedir para nós.

"Tudo aquilo pelo que podemos orar é que Yitgadal Veyitcadash Shemê Rabá! - Que o grande nome de D'us seja exaltado e santificado!"

Ouvindo isto, todos irromperam em lágrimas. O chassid relatou que aquele Yom Kipur foi o mais empolgante de toda sua vida.

Um Passo por Vez

Rabi Yisrael Zalman de Charchov, um discípulo de Rabi Avraham de Slonim, certa vez reclamou com Rabi Avraham:

"Rebe, trabalhei tanto durante toda minha vida para fazer teshuvá (arrependimento), e mesmo assim não consigo notar a menor alteração em meu caráter. Que posso fazer?"

Rabi Avraham replicou: "Imagine um homem que está preso no barro até os tornozelos. A cada passo que dá, afunda novamente no barro. Talvez pense que não está conseguindo nada com estes passos, mas a verdade é que cada passo o aproxima mais da terra seca."

A verdade e a parábola - Contos Judaicos

A Verdade e a Parábola



Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupas e sem adornos, tão nua como seu próprio nome.

E todos que a viam lhe viravam as costas de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas.

Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada.

Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, trajando um belo vestido e muito elegante.

— Verdade, por que você está tão abatida? — perguntou a Parábola.

— Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto! — respondeu a amargurada Verdade.

— Que disparate! — Sorriu a Parábola. — Não é por isso que os homens evitam você. Tome. Vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece.

Então, a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola, e, de repente, por toda parte onde passava era bem-vinda e festejada.

Os seres humanos não gostam de encarar a Verdade sem adornos. Eles preferem-na disfarçada.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Pensamento da semana

Amar é um risco que vale a pena correr.
Se der certo, glória a Deus.
Se não der certo, pelo menos você tentou...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Cadê a criatividade do povo de Deus?!

Desabafo de uma artista cristã

Recentemente pediram para que montássemos uma peça para as crianças. Foi nos dado uma peça e explicaram o tema. Confesso que inicialmente interessei-me pela história quando a pessoa me falou do que se tratava o texto.Cheguei em casa e comecei a ler o texto. Ao ler o texto decepcionei-me com a falta de criatividade e bom senso. A idéia informada pela pessoa não existia no texto, os personagens são fracos e bobos (sem a magia que encanta as crianças) e, no final da história, não se explicava o que acontecia com os antagonistas da história e também, outro pecado, a peça tornava-se uma pregação. Fiquei indignada com a falta de originalidade do texto. Detalhe, o txt é de uma americana - provavelmente pego em algum livro recheado de peças.
Final da história: eu terei que remontar o texto junto com os meus meninos.
Sinceramente, nossas crianças merecem coisa melhor!
OK! Sou chata – assim como todo ser metido a artista. Mas, se você lesse o texto me daria razões. E essa não é a primeira vez que me decepciono com a qualidade de textos dramáticos elaborados por artistas cristãos.
Tem hora que, o desejo de “evangelizar” acaba destruindo a arte e bom senso da construção cênica. Existem muitas peças de “crentes para crentes”, cheia de chavões que uma pessoa que não é acostumada com a linguagem do crentes com certeza não entenderá nada. Ou ainda peças que tem o mesmo conteúdo da famosa e repetitiva peça que usa a trilha sonora do Smalville de fundo – música, aliás, nada cristã.
A falta de cuidado com detalhes importantes marginaliza o trabalho artístico cristão e faz com que nosso trabalho não seja levado a sério fora da igreja, distanciando-nos mais e mais dos não-cristãos.
Em pensar que a criatividade é um dom que vem de Deus!rs....Devemos incentivar as pessoas a usarem suas idéias e deixarem de lado esses textos prontos.

Esse é um dos motivos que me leva a incentivar os jovens criarem sua própria história, assim como também incentivo outros grupos de teatro cristão a criarem as suas também.
Para falar de Deus também se faz necessário ter poética.

Peço desculpas a quem não concorda comigo, mas precisava desabafar.

Críticas aos "críticos gospel"

A última novidade da crítica “gospel” é o ataque recebido por Régis Danese, autor e cantor da música “Faz um milagre em mim”. Abençoados irmãos (que não tem mais o que fazer na vida) encontraram termos “satânicos” ao tocarem a música de trás para frente.
Nestas horas eu penso “o que leva essas pessoas a fazerem esses maus comentários: será a inveja pelo sucesso profissional desse cantor?”.

Se não bastasse isso, eu vejo alguns crentes criticarem-no por ter uma conduta mais profissional - e cristã, e menos “evangélica”. Porque, segundo alguns crentes, um ministro de louvor e cantor cristão deve cantar somente para Deus. E, se temos que cantar para Deus, a música não deve sair da igreja. Existem muitos crentes que pararam de cantar determinada música ao ver pessoas não-crentes cantando e se usando daquele louvor.

Como diria Jesus, estes críticos são hipócritas, fariseus. Ou usando as palavras de Salomão, pura vaidade.

Régis é um dos cristãos que aprendi a respeitar por sua conduta. Ele tem levado Cristo àqueles que não o conhecem, em canais televisivos e rádios seculares, lojas, shopping e até bancas de camelô. Confesso que não gostei muito das versões “forró” que surgiram da música, mas se esse é o caminho que a correnteza do espírito santo tem levado o barco quem somos nós para criticarmos?

Existem ministros ungidos por Deus para cantar e escrever hinos para a celebração, porém, há outros que fazemos músicas para evangelização. Vejo o Danese como um cristão que faz músicas para não cristãos, com o intuito de levar a Jesus a essas pessoas. Devemos entender essa diferença.

Sou a favor que o artista cristão saia do refúgio das asas da igreja local e percorrer mundo afora como pregador da palavra. Jesus nos ordena que levemos a sua Palavra aos quatro cantos do mundo. E se o artista tem essa possibilidade, ele tem é que aproveitar!
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